quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Escritos de uma menina #2

Olá!
Essa produção textual, diferentemente da anterior, foi feita para uma proposta escolar.
A professora nos deu uma página de revista e pediu para que recortássemos uma imagem. A minha imagem era um vilarejo de casinhas simples, e a partir dessa imagem, produzi uma crônica.
O resultado vocês conferem logo abaixo:

Os morangos de Dona Maria

Quando criança, morava em um pequeno vilarejo, ainda na área rural da cidade.
A vizinhança era muito unida, e praticamente dependíamos uns dos outros para viver.
Ao meu lado, morava o Seu José, que criava bovinos. Tinha também a Dona Maria, que cultivava dos mais variados tipos de frutas e hortaliças. Minha mãe era costureira, e costurava roupas para toda a vizinhança em troca de alimentos para a nossa família.
Minha mãe era muito amiga de Dona Maria, já eu, não tinha nada contra, mas também não a poupava de minhas travessuras.
Eu era amiga dos filhos de Seu José. Diferentemente das outras meninas do vilarejo, não brincava de bonecas, saía fazendo travessuras pela vizinhança.
Certo dia, como de costume, após o almoço, fui na casa de Seu José. Ele disse que os meninos tinham ido passar uns dias na casa da avó.
A princípio fiquei triste, mas depois pensei: quer saber, vou eu, sozinha, aprontar, e hoje será com Dona Maria.
Corri para o pomar, e me deliciei com os mais doces morangos de minha vida.
Hoje, quando me lembro desse dia, penso no conto da Clarice Lispector, “Cem anos de perdão”, porém, na minha versão, quem rouba os morangos de Dona Maria, tem cem anos de perdão.


domingo, 6 de abril de 2014

Voltei!- Escritos de uma menina #1

Fazia bastante tempo que eu não postava. Meu dia a dia está corrido, e talvez eu demore um pouco para realmente voltar a postar aqui regularmente, mas podem ter certeza que quando puder, continuarei com essa coluna. Aqui postarei algumas de minhas produções textuais, algumas feitas para propostas escolares, e outras não, como esse texto de hoje. Eu estava bem inspirada em uma aula, e, como já havia feito toda a lição, comecei a escrever.
O que eu narro no texto realmente aconteceu comigo, e embora seja uma história bem simples e para algumas pessoas até de valor insignificante, talvez reflita um pouco do dia a dia de algumas pessoas, onde há muita correria e as pessoas acabam não tendo tempo para as coisas mais simples que a natureza nos proporciona, como por exemplo observar uma joaninha andar, destacada pelas suas belas cores. 

A Joaninha

Sentou-se no jardim a menina. Enfim um descanso para o seu corpo, mas não para a sua mente. Ela começava a organizar as tarefas do dia seguinte, e em meio a tanta correria, a menina mal percebeu a joaninha no pequeno arbusto ao seu lado. Quando finalmente olhou para o lado e viu aquele delicado pontinho vermelho, destacado no verde das folhas, seus pensamentos se desaceleraram bruscamente.
Agora a menina só conseguia olhar para o minúsculo ser caminhando com dificuldade entre a densa folhagem. De repente, o pequeno ser, em um rápido e inesperado movimento, prendeu-se em um galho seco. Não importava o quando suas curtas perninhas se mexessem, ela não sairia do lugar.
A menina em gesto apressado, colocou uma folha na expectativa de tirá-la de lá, porém tudo piorou. A pequena joaninha caiu na terra, e, desesperada, começou a correr.
Corria para lá, voltava para cá, contínuas vezes. A menina precisava ajudá-la, afinal, ela mesma causara aquela imensurável catástrofe na vida do inocente ser, porém não sabia como. Inesperadamente, teve a ideia de pegar uma folha para que a joaninha subisse, e então, ela a devolveria com segurança no arbusto.
Ela imediatamente arrancou uma folha, fazendo todo o arbusto tremular e derrubar as gotas de água que restavam da chuva de verão, e quando ela colocou, apressada, a folha na frente daquele pequeno ser, adivinhe, ele empacou. Não havia nada que a menina pudesse fazer para que a joaninha subisse na folha. Ela tentou empurrar com um galho, tentou colocar a folha debaixo da pequenina, tentou de tudo, mas nada fazia a joaninha subir. Eu só quero ajudá-la -pensava a menina, e então, com um pouco de receio, vendo que era a única solução, pegou delicadamente a joaninha e a colocou, finalmente, no arbusto. Lentamente o pontinho vermelho começou a se mover.            A menina sentiu-se vitoriosa, porém, o medo foi tomando conta dela. Será que ela havia machucado a joaninha? Pensou que sim, pensou que não. Ficou em dúvida. Logo os pensamentos da menina a guiaram para a correria novamente, e ela esqueceu a joaninha, que, feliz, sumiu entre as folhas.